Asclepíades de Bitínia (Bitínia, 124 a.C. ou 129 a.C. – 40 a.C.) foi um médico grego nascido na Prusa de Bitínia, que trabalhou em Roma, cidade onde morreu. Teve a sua formação em Alexandria, o maior centro científico da sua época.
Vida
Asclepíades tinha muitos pupilos, que formavam a escola Metódica. Asclepíades de Bitínia defendia que o movimento dos átomos no corpo tinha relação com as doenças, descartando a teoria humoral de Hipócrates, que considerava demasiado teorizante; acreditava que a própria natureza se encarregaria de restabelecer a normalidade dos movimentos dos átomos e, portanto, da saúde. Desse modo, baseou a sua prática médica na teoria atomista ou corpuscular, segundo a qual o corpo humano é sustentado por pequenas massas, as moléculas, que eram formadas por um conjunto de partículas, entre as quais existiam átomos que se movimentavam por canais e poros. O bem-estar do corpo correspondia, assim, a uma boa e correcta movimentação dos átomos pelos canais e poros, movimentos desarmoniosos ou irregulares de corpúsculos do corpo levavam à doença – discrasia. Asclepíades tratava dos seus pacientes com terapia natural, recomendando banhos, dietas, exercícios e massagens. Ocasionalmente utilizava também eméticos e sangrias. Tentava excluir todas as práticas médicas invasivas, baseando-se em tratamentos extrínsecos e naturais – O Homem devia ajudar a Natureza na cura da discrasia. Ele recomendava o consumo de vinho diariamente e tentava ser simpático com seus pacientes. Defendeu o tratamento humano para as desordens mentais. E teve um papel muito importante no cuidado de doentes mentais, libertando mesmo alguns da prisão e condenação. Aproveitando que o governo romano fazia muito para estimular o ensino médico e promover a saúde pública, inclusivamente a higiene, elaborou os fundamentos básicos da escola médica romana de maneira que numerosos seguidores seus acabaram por fundar uma escola de medicina conhecida como Escola Metódica.Classificou as doenças em agudas e crônicas, opunha-se às drogas enérgicas e, mesmo, à medicação interna. Mais tarde muitas famílias gregas que exerciam a Medicina adoptaram o seu nome intitulando-se descendentes do deus Asclépio ou Esculápio.