Carlos Miguel Augusto May Figueira foi um médico portugês do século XIX, professor da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, nasceu em Lisboa a 29 de Setembro de 1829 e morreu em Lisboa a 28 de Maio de 1913.
Biografia
May Figueira formou-se em 1855 nas faculdades de Medicina e Filosofia da Universidade de Coimbra e ainda nesse mesmo ano doutorou-se em Bruxelas e depois, na volta, em Paris (1856), onde se deteve para trabalhar com Charles Robin, histologiata de renome e excelente microscopista. Ainda em 1856 foi chamado a Lisboa para participar na assistência médica na epidemia da cólera tendo nesse mesmo ano sido nomeado médico extraordinário do Hospital de S. José e adjunto do Hospital da Cólera, em Santa Marta. Em 1857 trabalhou na febre amarela e foi nomeado director do Hospital do Desterro e em 1859, foi nomeado lente substituto da secção médica da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e no mesmo ano foi promovido a lente. Ainda em 1857 é colocado na cadeira de Clínica Médica que se encontrava vaga devido há jubilação do professor Abranches Bizarro. May Figueira foi jubilado a 24 de Outubro de 1879. É a ele que se deve a introdução dos estudos de microscopia em Portugal, regendo em 1863 e 1864 um curso particular sobre a microscopia. May adquiriu o seu primeiro microscópio a 3 de Setembro de 1853, sendo este um microscópio de Lerebours e Secreten. Tendo emprestado este microscópio ao seu mentor Jerónimo José de Melo para seus estudos. Os estudos microscópicos de May Figueira durante esses anos (de 1853 a 1855) foram exercícios técnicos que lhe vieram a dar prestígio nos meios médicos.É com May Figueira que se inicia uma nova era da microscopia. Figueira era sócio efectivo da Academia das Ciências e da Sociedade Anatómica de Paris e sócio titular da Sociedade das Ciências Médicas. Tinha carta de conselho, foi-lhe conferida pela Câmara Municipal de Lisboa a medalha da febre amarela, tinha a Grã-cruz da Ordem de N.ª S.ª da Conceição, a comenda de Santiago e o grau de cavaleiro da Torre-e-Espada. Prestou a sua colaboração na Farmacopeia Portuguesa de 1876, assim como na Gaseta Médica e no Jornal da Sociedade das Ciências Médicas.
Principais Publicações
- Do oftalmoscópio e das suas aplicações, no Jornal da Sociedade das Ciências Médicas nº101 e 102, 1876;
- Planta criptogâmica da ordem dos cogumelos, do género Aspergillus, espécie Glaucus (Fries), achada no pulmão humano, Lisboa, 1862;
- Discurso recitado na abertura da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa em 5 de OUtubro de 1863, Lisboa, 1863;
- Observações de um caso de hermafroditismo masculino, Lisboa, 1864;
- Memória sobre as injecções sub-cutâneas, nas Mem. da Academia Real das Ciências, t. IV, parte 1ª, Lisboa, 1867;
- Tese de concurso, intitulada Calor Animal, ficou manuscrita.
Trabalhos Sobre o Autor
- A. Celestino da Costa, O Professor May Figueira, em A Medicina Contemporânea,nº23,1904.
Bibliografia
- Costa, Celestino, Congresso da História da Actividade Científica Portuguesa (VIII congresso) I secção – Microscopia em Portugal e a evolução entre nós, das ciências biológicas que utilizam essa técnica, 1940
- Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Editorial Enciclopédia, lda. Lisboa, Rio de Janeiro. Vol. XVI, pág. 648