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Virus influenza A

Virus Influenza A

A gripe pneumónica (incorrectamente referida como Gripe Espanhola) foi o maior desastre demográfico do século XX, uma pandemia que matou entre 20 a 50 milhões de pessoas, mais pessoas do que na I Guerra Mundial. Foi consequência de uma virulência incomum do vírus Influenza A do subtipo H1N1.

Foi designada também de, gripe de 1918, peste pneumónica, gripe espanhola ou, simplesmente, pneumónica.

O ano negro de 1918

Em Maio de 1918, em Espanha foi declarada uma epidemia gripal que rapidamente disseminou até chegar a Portugal – ficando então conhecida como “gripe espanhola”. Actualmente, aceita-se por ser o mais provável, a origem americana da epidemia.

Na realidade, existem registos de que em Março de 1918 os EUA já se defrontavam com a doença, que se espalhou daí para a Europa, convertendo-se numa epidemia que em poucas semanas atingira todos os Continentes.

Em Junho já era considerada uma pandemia, chegando a Portugal a partir de Espanha, através da fronteira alentejana.

A partir daí houveram duas ondas: a primeira, entre Maio e finais de Julho, branda, em que a epidemia se conservou mais ou menos controlada, aquando de uma segunda onda, entre Agosto e Dezembro, devastadora, assumiu danos deveras catastróficos.

Os fortes aliados

É verdade que a inexistência e insuficiência de conhecimentos e cuidados médicos e clínicos apropriados impediram um tratamento mais adequado impossibilitando o fim da gripe pneumónica.

Esta contava ainda com outros fortes aliados: a guerra, e todos os seus trágicos efeitos, as lastimáveis condições sanitárias e de higiene em que a maioria das pessoas viviam naquela altura, a pobreza, que consequentemente estava na origem de uma má nutrição e falta de medicamentos. No fundo, era tudo o que o baixo nível social, económico e cultural combinados naquela dramática situação originavam e proporcionavam para a continuação daquela doença.

Algumas das repercussões sociológicas

Foi naquela altura experimentadas as vacinas polivalentes e os resultados foram prometedores para a prevenção e cura das diferentes patologias respiratórias de origem bacteriana.

Actualmente as vacinas antigripais enfrentam várias limitações, nem sempre são eficazes e ainda são pouco recomendadas a crianças com idades entre os 12 e os 23 meses. Enquanto a engenharia genética e a indústria farmacêutica não encontram outras soluções, pensamos que a imunoterapia, em conjunto com novos avanços que pontualmente surgem, poderá ser uma grande ajuda num eventual surto epidémico ou pandémico de gripe que possa vir a manifestar-se.

O esquecimento

No fim a gripe pneumónica foi quase que esquecida. Os sobreviventes tiveram uma dolorosa experiência que quiseram somente manter nas suas memórias – uma atitude compartilhada por todo o mundo – que assim se escondiam e esqueciam daquela terrível doença.

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