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Entre as obras de Hildegarda nesta área encontra-se ''Liber Scivias''(1141-1151), contendo descrições e ilustrações de visões, nomeadamente do cosmos e da posição do Homem no mesmo; ''Liber vitae meritorum''(1158-1163), uma continuação das suas visões, debruçando-se na ética e nos efeitos cósmicos da virtude e do pecado; ''Liber divinorum operum''(1163-1170), sobre o significado teológico do cosmos. A estas obras juntam-se cartas, poemas como ''Symphonia harmoniae coelestium revelationum'', e outros trabalhos.
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===Medicina e Naturalismo===
 
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Apesar de não ser certo que tenha sido uma médica praticante, Hildegarda escreveu um grande número de textos nesta área. Admite-se que o seu trabalho seja maioritariamente original, visto que Hildegarda afirmava escrever o que "via e ouvia", seguindo instruções que lhe eram dadas por "vozes". Escrevia os seus livros em latim que, por nunca ter sido devidamente aprendido, era frequentemente interpolado por termos em alemão, e posteriormente revisto por um monge chamado Volmar, seu colaborador, que morreu em 1170.
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Apesar de não ser certo que tenha sido uma médica praticante, Hildegarda escreveu um grande número de textos nesta área. Admite-se que o seu trabalho seja maioritariamente original, visto que Hildegarda afirmava escrever o que "via e ouvia", seguindo instruções que lhe eram dadas por "vozes". Escrevia os seus livros em latim que, por nunca ter sido devidamente aprendido, era frequentemente interpolado por termos em alemão, e posteriormente revisto por um monge, de nome Volmar, seu colaborador, que morreu em 1170.
   
 
As influências de Hildegarda apoiavam-se sobretudo na medicina e tradição popular, aproveitando-se de um vasto leque de receitas, amuletos, e procedimentos mágico-religiosos usados por exemplo para afastar demónios. Apresentava também uma visão galénica no que respeita aos humores, onde o fleuma figurava como a principal causa da doença. Comparava o Homem com a terra, visto ser desta que o Homem se forma e a ela que regressa após a morte, para concluir que se na terra também se formam ervas boas e más, então também no homem se deve formar bons e maus humores.
 
As influências de Hildegarda apoiavam-se sobretudo na medicina e tradição popular, aproveitando-se de um vasto leque de receitas, amuletos, e procedimentos mágico-religiosos usados por exemplo para afastar demónios. Apresentava também uma visão galénica no que respeita aos humores, onde o fleuma figurava como a principal causa da doença. Comparava o Homem com a terra, visto ser desta que o Homem se forma e a ela que regressa após a morte, para concluir que se na terra também se formam ervas boas e más, então também no homem se deve formar bons e maus humores.
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As suas obras de medicina e naturalismo incluem ''Liber simplicis medicinae''(1150-1160), também referido por outros autores como ''physica'', tratando de plantas, árvores, animais, pedras, metais, e elementos, estritamente de um ponto de vista médico; e ''Liber compositae medicinae'', sobre a natureza e as formas das doenças e as suas causas, nomeadamente as forças do cosmos como os elementos, os ventos, as estrelas.
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==Influências==
   
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Hildegarda de Bingen teve grande influência na época em que viveu, influência que se propagou posteriormente pelo Renascimento. O livro ''Liber Scivias'' acaba por ser publicado em edição impressa por J. Faber Stapulensus em ''Liber trium virorum et trium spiritualitum virginum'' (Paris, 1513) e surgem também duas edições de ''Liber simplicis medicinae'', em 1533 e 1544. Existe também referência a Hildegarda no ''Paracelsus corpus''.
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==Bibliografia==
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* Gillispie, C. (1970). Dictionary of Scientific Biography. Charles Scribner's sons, New York. Vol. 1-16.
 
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Edição atual tal como às 19h45min de 16 de junho de 2009

Hildegarda

Hildegarda de Bingen

Hildegarda de Bingen, autora médica, naturalista e espiritual, conhecida também como Santa Hildegarda, nasceu em Bermershein, Alemanha, em 1098, tendo morrido em Rupertsberg, Alemanha, em 1179.

Vida

Décima filha de Hildebert de Vermersheim (pertencente à nobreza, possuía propriedades perto do Rio Nahe no Palatinado), viveu num convento de freiras associado ao claustro de Disibodenberg no período entre 1106 e 1147, e assumiu a partir de 1136 a sua liderança, tendo em 1147 fundado o seu próprio convento em Rupertsberg.

Obra

Espiritualidade

Em 1141, Hildegarda adquire o hábito de "escrever o que se vê e o que se ouve", referindo-se às visões que experimentava desde cerca de 1113. O Papa Eugénio III aprovou as suas actividades após um inquérito, o que levou a que Hildegarda se tornasse uma conselheira espiritual para reis, nobres e mesmo outros membros do clero. Após a sua fama se propagar pela Europa, com destaque para Inglaterra e França, Frederick Barbarossa concedeu ao convento de Rupertsberg uma carta oficial de protecção, que resultou na sua imunidade durante o ataque de Barbarossa a Rheingau. Posteriormente, em 1233, são tomadas medidas para a sua canonização, mas se esta tomou lugar é algo que ficou por apurar.

Obras

Entre as obras de Hildegarda nesta área encontra-se Liber Scivias(1141-1151), contendo descrições e ilustrações de visões, nomeadamente do cosmos e da posição do Homem no mesmo; Liber vitae meritorum(1158-1163), uma continuação das suas visões, debruçando-se na ética e nos efeitos cósmicos da virtude e do pecado; Liber divinorum operum(1163-1170), sobre o significado teológico do cosmos. A estas obras juntam-se cartas, poemas como Symphonia harmoniae coelestium revelationum, e outros trabalhos.

Medicina e Naturalismo

Apesar de não ser certo que tenha sido uma médica praticante, Hildegarda escreveu um grande número de textos nesta área. Admite-se que o seu trabalho seja maioritariamente original, visto que Hildegarda afirmava escrever o que "via e ouvia", seguindo instruções que lhe eram dadas por "vozes". Escrevia os seus livros em latim que, por nunca ter sido devidamente aprendido, era frequentemente interpolado por termos em alemão, e posteriormente revisto por um monge, de nome Volmar, seu colaborador, que morreu em 1170.

As influências de Hildegarda apoiavam-se sobretudo na medicina e tradição popular, aproveitando-se de um vasto leque de receitas, amuletos, e procedimentos mágico-religiosos usados por exemplo para afastar demónios. Apresentava também uma visão galénica no que respeita aos humores, onde o fleuma figurava como a principal causa da doença. Comparava o Homem com a terra, visto ser desta que o Homem se forma e a ela que regressa após a morte, para concluir que se na terra também se formam ervas boas e más, então também no homem se deve formar bons e maus humores.

Os textos de Hildegarda servem-se de inúmeras referências bíblicas e cosmológicas. Referia-se, por exemplo, frequentemente ao uso de pedras preciosas para diversos tratamentos. Admitia então que a magia poderia fornecer dados sobre a natureza, mas insurgia-se contra o recurso a artes diabólicas, que transformavam a sabedoria em impureza.

Mesmo nas suas ideias em mística, Hildegarda permanecia bastante original, o que já se verificava no restante trabalho naturalista e medicinal, que resultava sobretudo de experiência adquirida em primeira mão.

Obras

As suas obras de medicina e naturalismo incluem Liber simplicis medicinae(1150-1160), também referido por outros autores como physica, tratando de plantas, árvores, animais, pedras, metais, e elementos, estritamente de um ponto de vista médico; e Liber compositae medicinae, sobre a natureza e as formas das doenças e as suas causas, nomeadamente as forças do cosmos como os elementos, os ventos, as estrelas.

Influências

Hildegarda de Bingen teve grande influência na época em que viveu, influência que se propagou posteriormente pelo Renascimento. O livro Liber Scivias acaba por ser publicado em edição impressa por J. Faber Stapulensus em Liber trium virorum et trium spiritualitum virginum (Paris, 1513) e surgem também duas edições de Liber simplicis medicinae, em 1533 e 1544. Existe também referência a Hildegarda no Paracelsus corpus.

Bibliografia

  • Gillispie, C. (1970). Dictionary of Scientific Biography. Charles Scribner's sons, New York. Vol. 1-16.