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A '''tuberculose''' é uma doença infecciosa que se transmite por via inalatória. Embora potencialmente grave e letal, a tuberculose é uma doença curável desde que o diagnóstico e início de tratamento sejam céleres e que ocorra o rigoroso cumprimento das prescrições terapêuticas.
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A '''tuberculose''' é uma doença infecciosa que se transmite por via inalatória. Embora potencialmente grave e letal, é uma doença curável desde que o diagnóstico e início de tratamento sejam céleres e que ocorra o rigoroso cumprimento das prescrições terapêuticas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, um terço da população mundial encontra-se infectada com o bacilo da tuberculose. Embora represente um problema global, verifica-se maior incidência de tuberculose nos países mais pobres e com piores condições médico-sanitárias. Os países africanos e do sudoeste asiático são os mais afectados.
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde, um terço da população mundial encontra-se infectada com o bacilo da tuberculose. Apesar de representar um problema global, verifica-se maior incidência de tuberculose nos países mais pobres e com piores condições médico-sanitárias. Os países africanos e do sudoeste asiático são os mais afectados.
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== Antiguidade ==
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No que respeita à pré-história da tuberculose, existem evidências físicas que comprovam que a tuberculose afectou a maioria das populações no mundo inteiro, excepto populações como os Maori, que viveram em isolamento durante séculos.
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Entre outros, achados arqueológicos revelam a existência de tuberculose na população pré-histórica na Europa e Eurásia, pelo menos desde o período Neolítico; esqueletos da Idade da Pedra com lesões causadas pela patologia foram desenterrados na Grã-Bretanha e Alemanha e algumas múmias Egípcias, datadas desde o terceiro milénio a.C., também foram encontradas.
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Existem duas teorias no que refere à pré-história da tuberculose: alguns especialistas consideram que a patologia esteve originalmente confinada aos animais e que só depois da domesticação de gado, a doença afectou a população humana. Contrariamente, outros consideram que uma doença crónica como a tuberculose não necessita de um intermediário animal para manter o bacilo viável, mesmo em populações pequenas.
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Existem fontes documentais que descrevem clinicamente a doença, embora se deva considerar a possibilidade de confusão entre a forma pulmonar de tuberculose com outras patologias. Também o modo diferente com as pessoas, em tempos e culturas distintas, interpretavam os sintomas e a evolução da doença, deve ser equacionado. Na verdade, a tuberculose só passou a ser identificada como uma doença única na segunda década do séc. XIX. Até então, encontrávamos as diferentes formas de tuberculose consideradas como doenças distintas - a forma pulmonar era denominada tísica, a forma ganglionar de escrófula e a cutânea de lúpus vulgaris.
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Não obstante, existem documentos Hindus e Chineses que fazem a descrição do quadro clínico de tuberculose, tal como fontes provenientes de Roma, Grécia, Hindu clássico, Assíria, Babilónia e China com descrição dos sinais e sintomas da doença.
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Quanto ao tratamento, textos Hindus datados de 1200 d.C., juntamente com textos Mesopotâmicos do século VII d.C., tinham procedimentos estabelecidos para o tratamento da tuberculose pulmonar e ganglionar.
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Considerada nas diversas civilizações antigas como resultado de um castigo divino, coube a Hipócrates o entendimento de que a tuberculose era uma doença natural e, pelo seu carácter de esgotamento físico, passou a denominá-la de Tísica (do grego phthisikos).

Edição das 09h57min de 30 de maio de 2009

A tuberculose é uma doença infecciosa que se transmite por via inalatória. Embora potencialmente grave e letal, é uma doença curável desde que o diagnóstico e início de tratamento sejam céleres e que ocorra o rigoroso cumprimento das prescrições terapêuticas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, um terço da população mundial encontra-se infectada com o bacilo da tuberculose. Apesar de representar um problema global, verifica-se maior incidência de tuberculose nos países mais pobres e com piores condições médico-sanitárias. Os países africanos e do sudoeste asiático são os mais afectados.

Antiguidade

No que respeita à pré-história da tuberculose, existem evidências físicas que comprovam que a tuberculose afectou a maioria das populações no mundo inteiro, excepto populações como os Maori, que viveram em isolamento durante séculos. Entre outros, achados arqueológicos revelam a existência de tuberculose na população pré-histórica na Europa e Eurásia, pelo menos desde o período Neolítico; esqueletos da Idade da Pedra com lesões causadas pela patologia foram desenterrados na Grã-Bretanha e Alemanha e algumas múmias Egípcias, datadas desde o terceiro milénio a.C., também foram encontradas. Existem duas teorias no que refere à pré-história da tuberculose: alguns especialistas consideram que a patologia esteve originalmente confinada aos animais e que só depois da domesticação de gado, a doença afectou a população humana. Contrariamente, outros consideram que uma doença crónica como a tuberculose não necessita de um intermediário animal para manter o bacilo viável, mesmo em populações pequenas. Existem fontes documentais que descrevem clinicamente a doença, embora se deva considerar a possibilidade de confusão entre a forma pulmonar de tuberculose com outras patologias. Também o modo diferente com as pessoas, em tempos e culturas distintas, interpretavam os sintomas e a evolução da doença, deve ser equacionado. Na verdade, a tuberculose só passou a ser identificada como uma doença única na segunda década do séc. XIX. Até então, encontrávamos as diferentes formas de tuberculose consideradas como doenças distintas - a forma pulmonar era denominada tísica, a forma ganglionar de escrófula e a cutânea de lúpus vulgaris. Não obstante, existem documentos Hindus e Chineses que fazem a descrição do quadro clínico de tuberculose, tal como fontes provenientes de Roma, Grécia, Hindu clássico, Assíria, Babilónia e China com descrição dos sinais e sintomas da doença. Quanto ao tratamento, textos Hindus datados de 1200 d.C., juntamente com textos Mesopotâmicos do século VII d.C., tinham procedimentos estabelecidos para o tratamento da tuberculose pulmonar e ganglionar. Considerada nas diversas civilizações antigas como resultado de um castigo divino, coube a Hipócrates o entendimento de que a tuberculose era uma doença natural e, pelo seu carácter de esgotamento físico, passou a denominá-la de Tísica (do grego phthisikos).